A “sinodalidade” e a consulta ao Povo de Deus

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Reflexão para o Domingo da Ascensão do Senhor | 29 MAIO 2022 – Ano “C” 
Por Dom Pedro José Conti

Neste final de semana, a nossa Diocese realizará uma pequena e breve Assembleia para chegar à síntese das respostas às perguntas da “consulta”, que iniciamos em nossas paróquias e comunidades desde os meses de março e abril deste ano. Em outubro de 2023, acontecerá em Roma um Sínodo da Igreja Católica sobre a “sinodalidade”. Essa palavra significa “caminhar juntos”. O grande questionamento, então, é se de fato estamos ou não praticando isso. Cada um de nós tem a sua sensibilidade e o seu jeito de pensar e avaliar a Igreja como um todo e, de maneira especial, a comunidade da qual participa mais ou menos ativamente. No entanto são, sobretudo, as duas palavras “caminhar” e “juntos” que deveriam iluminar a nossa reflexão.

“Caminhar” para uma Comunidade significa ser uma realidade viva, preocupada com o anúncio da Boa Notícia do Evangelho, com atenção aos sofredores, aos últimos, afastados e excluídos da sociedade. Em geral, estamos bastante envolvidos com as nossas atividades. Fazemos promoções para a manutenção das nossas estruturas ou para chamar atenção e convencer as pessoas com a finalidade de que venham participar e colaborar. Organizamos lindas celebrações e vibramos quando as nossas igrejas ficam cheias de gente. Nem sempre, porém, estamos dispostos a “sair” para conhecer, encontrar irmãos e irmãs nas periferias dos nossos bairros ou em situações e lugares diferentes daqueles que estamos acostumados a frequentar. Não se trata de arrebanhar pessoas, conseguir adeptos ou fazer pregações e eventos arrebatadores. A questão é não gastar todas as nossas energias só para falar sempre entre nós mesmos e, assim, acabar fechados na contemplação das nossas próprias obras. Parece que tenhamos medo de apresentar a Boa Notícia de Jesus a outras pessoas, principalmente com a nossa maneira de viver e nos relacionar, e assim testemunhar a alegria de ter sido alcançados pelo Senhor.

A outra palavra é “juntos”. É bonito gostar de participar de um grupo, de um movimento, de uma nova comunidade, sentir-se atraídos por algum carisma ou ação específica, mas com a condição de que isso nos ajude a praticar mais os ensinamentos de Jesus. Todo batizado, antes de declarar a sua pertença a um ou outro grupo, movimento ou carisma, deveria compreender-se simplesmente como cristão, que vive a sua fé em comunhão com os demais. Se insistimos muito sobre o que nos distingue acontece que os que não se reconhecem em nenhum grupo, movimento ou carisma, acabam pensando ser cristãos de segunda classe, como se pudesse haver classificações na vida cristã. Os serviços, ministérios e responsabilidades, a pertença a um grupo, movimento ou carisma, não tornam alguém mais cristão do que o outro. O chamado à santidade é igual para todos. O que nos faz diferentes é o jeito de responder a esse chamado com a nossa vida. O cristão, digamos “comum”, sem alguma pertença específica, deveria ser, portanto, a referência certa, porque o modelo para todos é o único Mestre e Senhor: Jesus Cristo. Igualmente únicas são, para todos, a Palavra e a Eucaristia. Nenhum batizado deveria ter uma meta menor que a santidade ou considerar-se, por algum motivo, inferior ou à margem da Igreja. Jesus deu preferência aos pobres, aos desvalidos, aos pecadores e a muitos outros que eram considerados indignos pela religião oficial.

Caminhar juntos significa procurar ser uma Igreja de comunhão, participação e missão, nunca uma Igreja de elite, excludente ou fechada, preocupada com a sobrevivência de si mesma, das suas estruturas e organizações. A Igreja existe para evangelizar os pobres, anunciar o Reino de um Deus amor e misericórdia. A variedade dos dons, serviços e carismas é uma riqueza extraordinária em prol do cumprimento desta missão que Jesus entregou aos seus seguidores. O resultado da nossa Assembleia será unido às respostas das outras Dioceses do Brasil e do mundo inteiro.  Em primeiro lugar, porém, servirá para reconhecer se nós estamos “caminhando juntos” ou não e o que seria urgente fazer para que consigamos o maravilhoso objetivo de sermos “sinais de comunhão” numa sociedade cada vez mais dividida e incapaz de paz, diálogo e fraternidade.

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