Comunhão, missão e participação

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MACAPÁ (AP) – Por Dom Pedro José Conti

Reflexão para o 21º Domingo do Tempo Comum| 26 de agosto de 2023 – Ano “A” 

Neste final de semana, realizaremos em Macapá a 24ª Assembleia Diocesana.  Parece-me correto partilhar um pouco desse acontecimento tão importante para a caminhada da nossa Igreja local. Com efeito, todos os batizados fazem parte da Igreja espalhada pelo mundo. De fato, porém, cada um de nós só consegue participar ativamente de uma porção dela, numa Diocese, depois numa Paróquia e ainda numa Comunidade concreta. Em geral, vivenciamos o nosso ser Igreja no lugar onde moramos. São os laços humanos, as pessoas com as quais convivemos que nos ajudam a praticar a fé cristã, a experimentar a amizade e a fraternidade. O ato de crer é profundamente pessoal porque ninguém pode nos substituir. No entanto, a nossa fé não é isolada; ao contrário, depende dos outros, porque é de outros cristãos e cristãs que recebemos o anúncio da Boa Notícia de Jesus e o convite a nos unir a eles para seguir o exemplo do Senhor. Juntos também celebramos o memorial que ele mesmo nos deixou. Não é por acaso ou por moda que Papa Francisco nos convida a refletir e a crescer na “Sinodalidade” (caminhar juntos). Vivemos numa sociedade onde o individualismo é tão gritante que mina os sentimentos de pertença desde as famílias até as comunidades religiosas. É urgente unir as forças.

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O que faremos nos dias da Assembleia? Retomaremos as propostas da última Assembleia, realizada em novembro de 2019. Ela não deu os frutos esperados por causa dos anos da pandemia. Outra grande contribuição virá da Síntese das respostas que o povo da nossa Diocese deu ao questionário em preparação ao Sínodo sobre a “Sinodalidade”. Naquelas respostas apareceram as dificuldades que encontramos, mas também o grande desejo de melhorar a obra da evangelização e de abrir novos caminhos. 

Além de tudo isso, teremos a possibilidade de refletir, ao menos um pouco, sobre a primeira parte do documento que servirá de base aos trabalhos da primeira etapa do Sínodo sobre a Sinodalidade, que acontecerá no mês de outubro em Roma. Uma novidade que lá aparece é uma simples inversão na ordem das palavras-chave da Sinodalidade: Comunhão, Missão e Participação. O documento explica que tudo deve partir da Comunhão, ou seja, do testemunho visível do nosso amor fraterno fruto da fé e da esperança que nos unem. Somente se a comunhão for sólida, verdadeira e alegre, brotará dela o impulso para a Missão. Os discípulos missionários não comunicam uma doutrina, mas uma pessoa, Jesus Cristo, e o jeito cristão de viver, que atrai e envolve todos aqueles que buscam dar um sentido novo à própria existência. A Participação ficou no final, não porque seja menos importante, mas porque, de fato, com essa palavra entendemos abranger todos os meios, instrumentos, recursos e formas de organização que incentivem cada batizado a se sentir responsável da comunhão e da missão e a colocar a serviço de todos os dons que recebeu do Espírito Santo.

Sabemos muito bem que o caminho da Sinodalidade será longo e difícil, porque muitos cristãos ainda consideram a Igreja como uma mera prestadora de serviços religiosos à qual se recorre quando precisar e não um ambiente familiar onde todos se sentem acolhidos como na própria casa e valorizados como merecem. 

Por isso, tem mais uma palavra que quero colocar para entender um pouco mais a Sinodalidade. Precisamos de mais “escuta”: entre nós e com aqueles que estão fora da Igreja ou a abandonaram, porque ninguém ouviu o seu grito de socorro. Para construir a Sinodalidade precisamos aprender “o diálogo no Espírito” – outra novidade do Sínodo – feito, com certeza, de manifestações livres e corajosas, mas também de escuta atenta e sincera, superando debates inúteis onde cada qual quer fazer prevalecer a sua opinião e deixa assim de ouvir a voz do Espírito que fala, também, através do irmão e da irmã que pensam diferente. A busca da compreensão recíproca e do consenso será um verdadeiro desafio para os quase 350 participantes da Assembleia. Mas, como tantas outras experiências, o “caminhar juntos” da Sinodalidade se aprende aos poucos, na prática, mais do que na teoria.

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