Por que choras?

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Reflexão para o 6° domingo do Tempo Comum| 12 de Fevereiro 2023 – Ano “A” 
Por Dom Pedro José Conti

“Uma menina, que foi mandada a fazer uma compra, perdeu o dinheiro e pôs-se a chorar. Um senhor, que por ali passava, perguntou-lhe:

– Menina, por que choras?

– Porque perdi o dinheiro com que devia fazer uma compra.

– E porque não tens mais cuidado? disse aquele homem.

– O senhor tem razão – continuou a menina – mas o que mais me aflige é pensar no quanto custa meu pai ganhar esse dinheiro. Aquele senhor, compadecido, deu-lhe o dinheiro. Alguns instantes depois, a menina voltou para devolver-lhe aquela importância, pois encontrara o dinheiro que havia perdido. O homem ficou admirado com tanta sinceridade, não aceitou a devolução e, como recompensa, deu-lhe mais outra quantia. A menina não queria aceitá-la, repetindo que não fizera nada mais que cumprir o seu dever. O senhor, porém, respondeu que ela merecia aquele presente porque procedera não só com justiça, mas sobretudo com grande honestidade.”

 

O fato contado, parece uma história de tempos passados. Duvidamos se isso aconteceria ainda nos dias de hoje. Mas, talvez, sejam situações de honestidade e generosidade que sempre são vividas em tantos lugares diferentes, porém não o sabemos. Escutamos tantas notícias de guerra, ódio, violência, corrupção, mentiras, que somos levados a pensar que esta humanidade esteja irremediavelmente perdida e que, portanto, não compense ser honestos, sinceros, confiáveis por serem homens e mulheres de palavra. O pior de tudo é quando tomamos conhecimento que irmãos e irmãs na fé estão envolvidos em fatos escandalosos. Até na guerra que preocupa a todos nós, existem “cristãos” de um lado e do outro.

 

Fica claro que temos muito caminho ainda a percorrer se decidirmos tomar a sério as palavras de Jesus, que ouviremos no evangelho de Mateus do 6º Domingo do Tempo Comum: “Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus”. Basta substituir a palavra “justiça” com “amor” para entender a mensagem. Não basta cumprir normas para ter a consciência em paz. Precisamos recuperar a alegria de ver no outro um irmão com as mesmas necessidades e os mesmos direitos que nós. Com certeza, ninguém de nós mata um irmão de fome! No entanto, milhões de seres humanos perto e longe de onde moramos não conseguem sobreviver, porque ainda não aprendemos a partilhar os frutos da grandiosa dádiva de Deus que se chama natureza. Não matamos, mas deixamos morrer. Pode ser também que não cometamos adultério, mas a banalização do sexo só por prazer e sem amor, a exploração dos corpos só para serem desejados, com certeza não contribuem para a unidade das famílias e a educação da juventude. Se depois falamos de não jurar o falso, dá para ficarmos envergonhados. Sempre foi dito que uma mentira bem contada e muitas vezes repetida parece ser uma verdade e acaba convencendo as pessoas. Quantas falsas notícias ou suspeitas levantadas sem provas, acabam com amizades, matrimônios e famílias. Até as eleições de governantes e representantes do povo podem ser influenciadas pelas fake-news repetidas até a exaustão.

 

Mais uma vez, Jesus nos convida a prestar atenção e a dar valor às pequenas coisas e aos pequenos gestos, porque os grandes males começam com pouco em nossa mente e em nosso coração. Buscar a reconciliação para superar pacificamente um conflito pode ser o caminho certo para evitar algo pior e não alimentar disputas que nunca acabam. Igualmente, ter a força de cortar certas relações duvidosas pode ser um pedido que fazemos todos os dias ao Senhor em nossa oração. Por fim, zelar pela verdade é o mínimo que devemos fazer para ser considerados pessoas honestas e de confiança. Talvez seja o caso de contar para os outros casos de bondade, fidelidade, honestidade em lugar de espalhar maldades, traições, roubalheiras. Quem disse que as boas notícias não chamam atenção? Não é para canonizar alguém ou para disputar com as fofocas. É porque acreditamos que o bem e o amor praticados confirmam a nossa decisão de testemunhar a mais importante “boa notícia”: o Evangelho.

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