MACAPÁ (AP) – Por Dom Antônio de Assis Ribeiro (SDB) | Bispo diocesano
Ao Clero e às Equipes da Pastoral da Comunicação da Diocese de Macapá – Resumo da Mensagem de Sua Santidade Papa Francisco para o 59° Dia Mundial das Comunicações Sociais
Tema: Partilhar com mansidão a esperança que está nos vossos corações (cf. 1 Pd 3,15-16)
PRINCIPAIS IDEIAS:
1. Por causa da desinformação e polarização, hoje mais do que nunca, é necessário o trabalho de jornalistas e comunicadores. Comunicar é um compromisso corajoso; colocar no centro da comunicação deve estar a responsabilidade pessoal e coletiva para com o próximo.
2. É preciso desarmar a comunicação. A comunicação deve estar voltada para a promoção da Esperança. “Mas muitas a comunicação gera medo e desespero, preconceitos e rancores, fanatismo e até ódio. Muitas vezes, simplifica a realidade para suscitar reações instintivas; usa a palavra como uma espada… É preciso “desarmar” a comunicação, purificando-a purificar da agressividade.
3. Outro fenômeno que atrapalha a comunicação é a “dispersão programada da atenção” através de sistemas digitais que seguem a lógica do mercado, alteram a nossa perceção da realidade, dificultam nossa capacidade de trabalhar em conjunto por um bem comum; o outro se torna um inimigo com seu rosto e a sua dignidade são obscurecidos, ridicularizados… «Quem tem esperança, vive diversamente; foi-lhe dada uma vida nova» (n. 2).
4. A comunicação movida pela Fé nos leva a dar com mansidão a razão da nossa esperança (cf.Pd 3,15-16): «no íntimo do vosso coração, confessai Cristo como Senhor, sempre dispostos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la peça; com mansidão e respeito».
5. Três mensagens que podemos extrair destas palavras.
5.1. «No íntimo do vosso coração, confessai Cristo como Senhor». A esperança dos cristãos tem um rosto: o rosto do Senhor ressuscitado.
5.2. A segunda mensagem pede-nos para estarmos dispostos a dar razão da nossa esperança. Os cristãos não são, antes de mais, aqueles que “falam” de Deus, mas aqueles que fazem ressoar a beleza do seu amor, uma maneira nova de viver cada pequena coisa.
5.3. A experiência da “mansidão e respeito” na comunicação dos cristãos. Trata-se de um estilo de comunicação que requer proximidade, sendo de companheirismo como Jesus dialogando com os discípulos de Emaús. A comunicação cristã fala ao coração!
6. Esperar juntos. A esperança é sempre um projeto comunitário. O Jubileu tem muitas implicações sociais e nos recorda que todos os que se tornam construtores da paz «serão chamados filhos de Deus» (Mt 5, 9). Este tipo de comunicação pode ajudar a tecer a comunhão, a fazer-nos sentir menos sós, a redescobrir a importância de caminhar juntos.
8. Na comunicação, não ESQUECER o coração. Perante as vertiginosas conquistas da técnica, convido-vos a cuidar do coração, ou seja, da vossa vida interior.
Algumas pistas:
1. Ser manso e nunca esquecer o rosto do outro; falar ao coração das mulheres e dos homens;
2. Não permitir que as reações instintivas guie a comunicação.
3. Semear sempre esperança, mesmo quando é difícil, quando custa, quando parece não dar frutos.
4. Procurar praticar uma comunicação que saiba curar as feridas da nossa humanidade.
5. Dar espaço à confiança do coração que, como uma flor frágil mas resistente, não sucumbe no meio das intempéries da vida, mas brota e cresce nos lugares mais inesperados;
6. Ser testemunhas e promotores de uma comunicação não hostil, que difunda uma cultura do cuidado, construir pontes e atravessar os muros visíveis e invisíveis do nosso tempo.
7. Contar histórias imbuídas de esperança, tomando a peito o nosso destino comum e escrevendo juntos a história do nosso futuro.
Papa Francisco, São Francisco de Sales, 24 de janeiro de 2025.