O encerramento do Ano de São José

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Reflexão para o 2º Domingo do Advento| 05 DEZ 2021 – Ano “C” 

1ª Leitura Br 5,1-9 | Salmo 1252ª Leitura: Fl 1,4-6.8-11| Evangelho: Lc 3,1-6

| MACAPÁ (AP) | Por Dom Pedro José Conti

Talvez nem todo o mundo se lembre, mas no dia 8 de dezembro de 2020, iniciamos o “Ano de São José” e vamos encerrá-lo na mesma data neste ano de 2021. Naquele dia, lembraremos as maravilhas que Deus fez em Maria preparando-a para ser a mãe do Salvador. No tempo do Advento, justamente, sempre damos muita atenção a Nossa Senhora, aquela que esperou jubilosa o dia do nascimento do menino Jesus. Ele era um filho diferente, mas, ao mesmo tempo, igual a todos os recém-nascidos de todos os tempos: em tudo dependente do carinho e das atenções da mãe e de quem mais deveria também colaborar, o pai.

Acredito que São José, padroeiro da nossa Diocese, possa nos ajudar a viver bem estes dias antes do Natal. Como Maria, também ele soube esperar. A “espera” se refere ao tempo oportuno, ao tempo certo. A “esperança” é a virtude de quem deixa de medir o tempo e confia nos planos de Deus que, sempre, vão além dos nossos cálculos e prazos. O exercício da “espera”, que exige paciência e perseverança, educa-nos e nos abre à “esperança”. A nossa experiência nos ensina que se estamos aguardando algo é porque esse acontecimento não depende totalmente de nós. Não somos os donos de todas as decisões, dependemos muito das decisões de outros. Isso, na maioria das vezes, incomoda-nos, deixa-nos agitados. Sobretudo nos dias de hoje nos quais parece que tudo deve ser feito e conseguido na hora. Dizemos que é “para ontem”! A pressa – ou a impaciência – nos dominam. Claro que nem toda espera é igual. Aguardar numa fila em pé, debaixo do sol quente, não é a mesma coisa que esperar bem acomodados num ambiente climatizado. Pior ainda, se a pessoa está com fome, doente ou desesperada.

Quando esperamos que outros decidam por nós, fazemos exercício de humildade e de confiança. São José foi homem “justo” e obediente. Aceitou o plano amoroso e os tempos estabelecidos por Deus. Não foi submissão ou indiferença. Foi coragem e disponibilidade, como Deus merece dos seus amigos. Acolher e colaborar com o projeto de Alguém maior do que nós, não é desistir ou anular a própria personalidade, é colaborar com algo grande do qual, talvez, nunca teremos total consciência. Isso dói aos orgulhosos e aos doentes de protagonismo, àqueles que querem sempre estar no centro das atenções e ter o controle de tudo. É a tentação de sempre querer ser como Deus. Essa não pode ser a preocupação do cristão. Ao fiel basta saber que está colaborando – e não atrapalhando – com algo que supera a ele mesmo e que é o grande projeto de Deus. A alegria do cristão não está no fato dele mesmo ser reconhecido, mas que, por causa das suas boas obras, os demais louvem ao Pai que está no céu (Mt 5,16). A espera quando é vivida com paciência e firmeza nos ajuda a aprender e a praticar a virtude da esperança. O que aos apressados parece inútil perda de tempo, para os que confiam em Deus significa reconhecer os sinais do novo que está acontecendo, também, com tempos bem diferentes dos nossos. Por isso, nós cristãos temos o compromisso de manter viva a memória dos eventos do passado, daquilo que Deus já fez para nós, para alimentar a esperança-certeza de que ele é fiel às suas promessas e acreditar que a participação ativa nessa “espera” já é estar em comunhão com o plano amorosos de Deus até a sua plena realização.

Podemos nos perguntar: o que ficará para todos nós depois deste Ano de São José? Espero não fiquem somente algumas orações, devoções ou imagem a mais nas igrejas ou em nossas casas. Seria muito bonito e valioso se ficassem a simplicidade e a confiança de São José tão exemplares para nós hoje. Numa sociedade feita de estrelismos, o trabalho e a presença silenciosa junto a quem amamos é um tesouro raro. É algo que passa despercebido, mas só pode ser fruto da fidelidade a uma palavra dada e mantida. Igualmente, no meio de uma humanidade que vive de relacionamentos passageiros e até virtuais, a certeza de poder contar com alguém real e confiável é um grande dom de Deus. Sejamos nós, para os nossos familiares e amigos, essas pessoas. Como foi São José.

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