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Reflexão para o Domingo da Solenidade da Assunção de Maria| 14 AGO 2021 – Ano “B”

1ª Leitura Ap 11,19a;12,1.3-6a.10ab | Salmo: Sl 44 | 2ª Leitura: 1Cor 15,20-27a| Evangelho: Lc 1,39-56

| MACAPÁ (AP) | Por Dom Pedro José Conti

Li num jornal que o Comitê Olímpico Internacional tinha decidido, por ocasião desta última Olimpíada,  acrescentar mais uma palavra ao antigo e conhecido lema olímpico. Vou escrevê-lo aqui em latim – como, mais ou menos, deve ter surgido -: “Citius, Altius, Fortius” que significa “mais veloz, mais alto, mais forte!” A palavra agora acrescentada, em latim, soa assim: “Communiter” que significa, praticamente, “juntos”. Essas palavras apareceram também na cerimônia de abertura dos últimos jogos. Eu vi nas fotografias daquele evento em inglês: “Faster, Higher, Stronger, Together”. Ali estava, de verdade, a “nova” palavra, a quarta: juntos.

O que significa isso numa competição cheia de disputas acirradas para ganhar algumas medalhas? Eu vejo nessa decisão uma grande mensagem de esperança e achei importante lembrar esta “novidade” por ocasião da Solenidade da Assunção de Maria. Nós, católicos, contemplamos nela a vitória da humildade sobre o orgulho, da confiança sobre a indecisão e da fé sobre a desobediência. Se tivesse disputa entre os santos e as santas, Maria, com o seu “sim” a Deus, ganharia todas as medalhas em todas as especialidades. Mas na corrida da santidade não tem contendas; somente pode ter a superação dos nossos defeitos e a alegria de corresponder ao amor de Deus “com todo o coração, com toda a alma, com toda a força, com todo o entendimento” (Lc 10,27). Cada um, dando o melhor de si, justamente por amor a Deus e ao próximo.

A analogia entre a santidade e o esporte é interessante. Praticar atividade esportiva não é tarefa para preguiçosos e acomodados. Para concorrer precisam, sem dúvidas, dotes naturais, mas também muito treinamento, muita perseverança, muito sacrifício. Tudo, para superar os próprios limites e os dos adversários. O esporte não serve somente para a saúde física e mental, ajuda a moldar o caráter, educa a ser humildes, a saber ganhar e perder, a reconhecer o valor dos outros, indo além da inveja, da vingança e dos ressentimentos.  Até aqui, o esporte ainda pode ter alguma afinidade com a santidade, mas prefiro parar. No mundo do esporte já entraram a ganância e a corrupção, quase tudo virou negócio, com os “ídolos” pagos a peso de ouro. Estamos, por assim dizer, num outro planeta, anos luzes distante da santidade. Quando Jesus dizia que “os últimos serão os primeiros” (Mt 20,16) não falava de competições, falava dos pequenos, dos pobres, dos operários da última hora, recompensados por Deus. Aos apóstolos que discutiam quem entre eles era o maior, Jesus disse: “Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos, o servo de todos!” (Mc 9,35) e nos deu o exemplo lavando os pés aos discípulos. Maria, feliz, disse de si mesma: “Eis aqui a serva do Senhor” (Lc 1,38). Os “campeões”, os santos e as santas, não são aqueles que mais recebem, mas, ao contrário, os que mais se doam, dando até a própria vida, como Jesus.

Vejo, contudo, na “nova” palavra olímpica “juntos” um sinal promissor. Talvez a humanidade tenha aprendido algo neste tempo de pandemia e com o agravamento das preocupações com as mudanças climáticas. Deveríamos ter entendido que para superar certas situações é preciso esforço e boa vontade de todos. Vimos isso com a corrida às vacinas, mas podíamos ter feito melhor, podíamos ter sido mais solidários e menos gananciosos. Precisamos, urgentemente, acertar os níveis da poluição e do consumo, porque a morte e o desequilíbrio da natureza custam vidas, doenças, migrações desesperadas, infâncias perdidas, fome de milhões de seres humanos. Numa competição, podemos até ser adversários, mas quando as questões são planetárias somente “juntos” podemos encontrar a resposta. Jesus deixou aos seus discípulos o mandamento do amor e o pedido dele ao Pai foi: “que todos sejam um” “consumados na unidade” (Jo 17,21.23). Maria nos repete: “Fazei tudo o que ele vos disser!” (Jo 2,5). Somente “juntos” com Maria e com toda a humanidade poderemos cantar as maravilhas do Senhor. Não sozinhos, não divididos, não inimigos. Juntos!                       

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