Artigo de dom Pedro: Nunca perdi a coragem

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Dom Pedro José Conti
Bispo de Macapá

Numa campanha para ajudar os doentes de câncer, uma contribuição substancial foi dada por uma viúva cega. A mulher não achava nada de extraordinário nisso. Quando foi entrevistada por uma jornalista ela disse: “Me ensinaram a confiar em mim mesma. Posso ainda distinguir a luz e a sombra, não sou totalmente cega. Posso ainda fazer muita coisa e, graças a Deus, nunca perdi a coragem. A minha cegueira chegou gradualmente e me considero com grande sorte por ter tido muitos anos de vista boa”.

Ao contrário dessa viúva generosa, o cego da página do evangelho de João, deste Quarto Domingo de Quaresma, nunca tinha enxergado na vida dele, era “cego de nascença”. Interessante, porque o cego, ao final, encontrará a luz plena e os que se achavam com a vista boa – os fariseus – serão declarados cegos. É evidente que o evangelista joga com a imagem, muito bíblica por sinal, da luz. É aquela do sol que nos permite trabalhar de dia e que o cego nunca tinha conhecido, mas também é a luz da fé. Assim aquele que agora enxerga, quando encontra novamente Jesus, pode dizer: “Eu creio, Senhor!”. Porque o “Filho do Homem” é a verdadeira “luz do mundo” (Jo 9,5) e aqueles que não o acolhem ficam, agora, na escuridão. Como lembrei domingo passado, estamos na segunda etapa do caminho para os catecúmenos que eram batizados na noite de Páscoa. Por que essas etapas? Porque à fé em Cristo, chegamos gradativamente, numa busca fadigosa e luminosa ao mesmo tempo. Por isso, como para a samaritana, o homem que antes era cego discute com os fariseus sobre Jesus. Às perguntas deles responde antes que aquele que lhe abriu os olhos é “um profeta”, depois um “mestre”, do qual, talvez, vale a pena ser discípulos. Enfim chama de “Senhor” o “Filho do Homem”.

Aquele “cego” ganhou a vista, ganhou a luz da fé e, ainda pode seguir o Senhor e fazer parte de uma nova comunidade, já que havia sido expulso daquela dos fariseus. É facilmente compreensível o itinerário da iniciação à vida cristã.

Nesta altura da Quaresma, mas sobretudo da nossa vida, devemos nos perguntar o que aconteceu com a luz da fé que nos foi doada no dia do nosso Batismo, se ainda enxergamos Jesus como luz para o nosso caminho ou se já seguimos outras “luzes” que consideramos mais luminosas. Nos nossos dias, os cientistas da humanidade salientam um fato curioso. Moramos em cidades iluminadas. Em alguns lugares quase não se percebe mais se é dia ou se já chegou a noite. Muitos de nós, talvez até as crianças, esqueceram-se que existem as estrelas, ou nunca param para contemplá-las. Porque para ver o brilho das estrelas precisa da escuridão da noite. Não é para ter medo, mas para perceber, nem que seja por alguns instantes, que não existimos somente nós e que o universo é muito maior de todas as nossas manias de grandeza e de poder. Pior ainda se a maior luz que ilumina o nosso rosto é aquela de uma tela de computador. Nos exaltamos tanto com as “luzes” por nós mesmos produzidas que ficamos cegos, porque enxergamos somente isso. Sem dúvida, a humanidade pode ser orgulhosa de si mesma por muitas coisas, mas parece que não enxerga mais o desespero dos pobres, a fome dos pequenos, as vítimas das guerras que ela mesma produz. Quando a luz da nossa vida somos nós mesmos, esta luz pode nos tornar cegos, pela simples razão de vermos somente os nossos problemas, as nossas ambições, o nosso bem-estar. Os outros, e as estrelas vão junto, param de existir. Talvez, ainda crianças e jovens iniciamos a nossa vida de cristãos cheios de boa vontade, mas, gradativamente, a luz da fé foi se apagando. Começaram a brilhar outras luzes, outros interesses. Acabamos por seguir outros mestres, por escutar outras palavras. Nunca é tarde, porém, para resgatar o que sobrou da luz da fé em nossa vida. Não será um sin…
[14:04, 21/03/2020] 👨🏽‍💻📲 Jefferson Souza 😎🖥📸: 😇👍
[14:50, 21/03/2020] Dona Graça: 📢📢 A T E N Ç Ã O 📢📢

Resumo de uma conversa com uma amiga médica, aqui de Macapá (agora, às 11h da manhã, de 21/03/2020):

“Nesses últimos 4 dias nós, médicos e enfermeiros, estamos nos mobilizando para achar EPI (equipamento de proteção individual) em Macapá e Santana, para nosso uso. Ontem compraram os últimos macacões, não consegui o meu. […] Os que estão na primeira linha vão adoecer; os da segunda vão ter que assumir enquanto os primeiros se recuperam e depois voltam para os da segunda se recuperarem porque, nas condições atuais de trabalho, vão todos adoecer. Em São Paulo, os médicos têm índice altíssimo de contaminação, imagina aqui no Amapá, sem os EPI’s adequados. Ontem tinha uma criança de 7 anos grave no PAI e a equipe toda não tinha EPI para entubar a criança pois tinha grande suspeita de Corona Vírus. Estamos fazendo mobilização por Whatsapp para caçar material, pois a população está em pânico, comprando. Tentamos conversar ontem na LOJA X para só venderem as últimas máscaras para os médicos e eles não quiseram nem saber. Tava uma fila enorme lá. Uma colega médica correu pra lá pra comprar pra gente, mas chegou lá não tinha mais nada. Uma única pessoa vai e compra 20 ou 30 das máscaras N95. Basta 5 pessoas da fila pra comprar todo o estoque. Fui na LOJA Y ontem e o macacão custava R$27 mas já estava sem. Aí liguei na LOJA X e estavam cobrando R$79,90 no macacão. Estamos falindo só pra nos equipar. As pessoas não têm que ficar comprando EPI. Elas têm é que SENTAR NO SOFÁ E FICAR LA ATÉ ISSO PASSAR. Estamos fazendo a campanha. O Estado precisa de mais leitos de UTI, remédios, EPI’s… […] Estamos nos preparando pra guerra e a principal coisa que as pessoas têm que fazer pra nos ajudar é FICAR EM CASA! Aí eles estão se desesperando, comprando todos os materiais. 😫 Pra quem vai fazer procedimentos como entubação e manipulação do doente a N-95 é a melhor. A PFF-2 é equivalente a ela, também. Por isso não há necessidade da população usar; eles não vão fazer procedimentos médicos e eles têm é que ficar longeeee das pessoas! Se querem ajudar a gente, ajudem na campanha para que a população PARE DE COMPRAR EPI’S E FIQUEM EM SUAS CASAS EM ISOLAMENTO SOCIAL”.

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